O elogio da educação e da juventude pela ditadura militar brasileira: pistas para uma pedagogia essencialista na imprensa brasileira (1961-1975)

Autores/as

  • Katya Braghini
  • Marcus Aurelio Taborda de Oliveira

Palabras clave:

Educação e ditadura, história do currículo, juventude e ditadura, vanguarda brasileira, educação das sensibilidades políticas

Resumen

O trabalho reflete sobre a disputa de sentidos em relação ao papel da juventude na cultura brasileira no começo da ditadura militar. Mobiliza artigos publicados na imprensa nos anos 1960 e 1970, com destaque à Revista da Editora do Brasil. Mostramos que a ditadura militar implantada pelo golpe de 1964 daria grande destaque ao ideal de educação de uma juventude que contribuísse para a modernização do país, a “vanguarda brasileira”, contrapondo-se aos jovens envolvidos com o questionamento da ordem política, com a subversão e até mesmo com a luta armada, que caracterizariam uma juventude transviada. O resultado foi o desenvolvimento de um tipo de sensibilidade política que apostava em uma pedagogia essencialista que procurava definir uma maneira correta de ser jovem, no período, no país, de acordo com os pressupostos ideológicos da ditadura.

Citas

Arquivo Nacional. (s.d.). Frente da Juventude Democrática e a Cruzada Estudantil Anti-comunista. Centro de Referência da Luta Política “Memórias Reveladas”: BRAN, Rio X9. O.ESI, ACL.

Athayde, Tristão (1970, junho 18). Vae Victis. Jornal do Brasil, p. 4.

Botelho, W. M. (2017). A história da Comissão Parlamentar de Inquérito da União Nacional dos Estudantes CPI da UNE (1964). Dissertação inédita de M.e. em Educação, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Braghini, K. (2015). Juventude e pensamento conservador no Brasil. EDUC.

Braghini, K. (2024). Uma disputa pelo “estatuto do estudante”: movimento estudantil entre debates e ataques sobre o que significa ser “bom” ou “mau” estudante no Brasil (1961-1968). Trashumante. Revista Americana de Historia Social, (24), 60-83. https://doi.org/10.17533/udea.trahs.n24a04

Braghini, K. y Cameski, A. (2015). Estudantes democráticos: a atuação do movimento estudantil de “direita” nos anos 1960. Educação e Sociedade, 36(133), 945-962.

Corção, G. (1964, abril 29). Manifestações Estudantis. Diário de Notícias, p. 2.

Corção, G. (1966, agosto 7). O governo e os estudantes. Diário de Notícias, p. 2.

Duarte, P. (1966, abril 24). Estudantes. Folha de São Paulo, p. 4.

Revista Realidade (1967, setembro). Edição especial “A Juventude Brasileira, hoje”. Editora Abril.

EBSA (1961, abril). Estudantes reagem contra agitação extremista. Revista da Editora do Brasil, (157), 50-51.

EBSA (1962, agosto). Cooperação de professores e alunos. Revista da Editora do Brasil, (173), 61-62.

EBSA (1963, maio). Responsabilidade Social do Estudantes Brasileiro. Revista da Editora do Brasil, (182), 56-57.

EBSA (1964, agosto). Entidades Estudantis. Revista da Editora do Brasil, (197), 56-58.

EBSA (1965, setembro). Mensagem aos estudantes. Flavio Suplicy de Lacerda. Ministro da Educação. Revista da Editora do Brasil, (210), 23-25.

EBSA (1966, novembro). Problemas da Juventude. Revista da Editora do Brasil, (224), 27.

EBSA (1969, março). Causa da crise estudantil. Revista da Editora do Brasil, (253), 35-37.

EBSA (1970, fevereiro). Futuro e Juventude. Revista da Editora do Brasil, (263), 21-22.

EBSA (1971, janeiro). Palavras Oportunas. Alfredo Gomes. Revista da Editora do Brasil, (310), 3-6.

EBSA (1971, julho). Operação Juventude. Revista da Editora do Brasil, (280), 40-41.

EBSA (1972, março). Reforma. Revista da Editora do Brasil, (28), 30-32.

EBSA (1973, agosto). Palavras Oportunas. Wandick Loudes da Nóbrega. Diretor do Colégio Pedro II. Revista da Editora do Brasil, (305), 53-54.

EBSA (1975, junho). Moral e Cívica comete os erros que eliminaram outras matérias. Revista da Editora do Brasil, (127), 58-63.

Lacerda, F. S. de. (1965, setembro). Mensagem aos Estudantes. Revista da Editora do Brasil, (210), 23-25.

Folha de S. Paulo. (1964, abril 10). Entidades Cívicas pedem que o Exército se mantenha unido, p. 13.

Foracchi, M. M. (1965). O estudante e a transformação da sociedade brasileira. Companhia Editora Nacional.

Foracchi, M. M. (1972). A juventude na sociedade moderna. Livraria Pioneira.

Gomes, A. (1968, fevereiro). Educação Moral e Cívica. Revista da Editora do Brasil, (239), 1-6.

Gomes, A. (1968, junho). Reformas e Reforma. Revista da Editora do Brasil, (243), 1-4.

Gomes, A. (1969, março). História e Juventude. Revista da Editora do Brasil, (252), 1-8.

Gomes, A. (1969, maio). Literatura Infanto-Juventil. Revista da Editora do Brasil, (254), 1-8.

Gomes, A. (1969, junho). Civismo. Revista da Editora do Brasil, (327), 1-5.

Gomes, A. (1972, maio). Evolução do ideal educativo (I). Revista da Editora do Brasil, (320), 3-6.

Gomes, A. (1972, setembro). Poluição. Revista da Editora do Brasil, (292), 3-8.

Gomes, A. (1974, janeiro). Palavras Oportunas. Revista da Editora do Brasil, (310), 3-6.

Gomes, A. (1975, setembro). Educação Moral e Cívica. Revista da Editora do Brasil, (330), 3-12.

Gomes, A. (1975, setembro). Juventude Inquieta. Revista da Editora do Brasil, (330), 3-12.

Gouveia, J. A. y Havighurst, R. (1969). Ensino Médio e Desenvolvimento. Edições Melhoramentos/Editora da Universidade de São Paulo.

Groppo, L. A. (2000). Uma onda mundial de revoltas: Movimentos estudantis nos anos 1960 (Tese de doutorado inédita). Universidade Estadual Paulista.

Hobsbawm, E. J. e Range, T. (1997). A invenção das tradições. Paz e Terra.

Lima, D. B. (2021). CCC. Comando de Caça aos Comunistas. Do estudante ao terrorista – 1963 1980. Editora Almedina.

Lima, G. A. B. (2023). “Somos um país de jovens”: a cultura das políticas da ditadura militar brasileira para a juventude. Tese de Doutorado em História, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.

Lopes, M. A. (1967). Rumos para a educação da juventude brasileira. Serviço Geográfico do Exército [Oficina Gráfica].

Martins Filho, J. R. (1987). Movimento estudantil e ditadura militar (1964-1968). Papirus.

Martins Filho, J. R. (1998). 1968 faz 30 anos. Editora da Universidade de São Carlos.

Martins, M. C. (2014). Reflexos reformistas: o ensino das humanidades na ditadura militar brasileira e as formas duvidosas de esquecer. Educar em Revista, (51), 37-50.

Mussumeci, V. (1964). Iniciação ao Civismo. Editora do Brasil.

Mussumeci, V., Moschini, F. e Costa O. (1971). Educação Moral e Cívica. Editora do Brasil.

O Estado de S. Paulo (1961, outubro 12). IV Congresso Latino-Americano de Estudantes, p. 6.

O Estado de S. Paulo (1970, maio 22). 150 mil operários respondem aos estudantes, p. 3.

Padilha, J. I. (1975, junho 8). Moral e Cívica comente erros que eliminaram outras disciplinas. Jornal do Brasil, p. 20.

Simões, S. D. (1985). Deus, Pátria e Família: as mulheres no Golpe de 1964. Vozes.

Taborda de Oliveira, M. A. (2017). Educação Física escolar e ditadura militar no Brasil: entre a adesão e a resistência e outros estudos. Editora da UFPR.

Taborda de Oliveira, M. A. y Braghini, K. (no prelo). Da polissemia das palavras: educação política e democracia na ditadura-civil militar brasileira (1964-1985). Revista Brasileira de Educação.

Descargas

Publicado

2024-12-20

Número

Sección

Tema principal: Autoritarismos y educación: pasados, memorias y presentes